Bolsonaro convoca a imprensa oficial para pronunciamento, mas não reconhece a Vitória de Lula.

Grande expectativa foi gerada hoje pelo Palácio do Planalto que convocou a imprensa oficial para o pronunciamento do Presidente Jair Bolsonaro. Muitos acreditaram que ele reconheceria a derrota para o seu adversário Lula, pacificando os inconformados com a derrota apertada, porém o atual presidente frustrou a todos e não falou diretamente sobre o resultado do processo eleitoral.

Em breve discurso, formal, programado e lido, Bolsonaro fez uma crítica aos movimentos que estão sendo realizados com violência e cerceamento do direito de ir e vir por parte de grupos de caminhoneiros que querem espalhar o caos pelo país, inclusive com uma atuação leniente de algumas forças de segurança como a PRF que já deixou evidente desde o domingo que está aparelhada.

De forma o Presidente incita “manifestações pacíficas” quando diz que “nossos movimentos de rua e protestos não podem ser como os da esquerda” comparando com MST ao falar de invasões de terras, por exemplo. Mais uma vez invoca uma expressão que nesse contexto remete ao lema fascista “Deus Pátria, Família e Liberdade” numa clara demonstração que se dirige aos seus.

Falou dos seus sonhos, que são pela ordem e progresso, embora o que seus apoiadores estejam fazendo é desordem e colocando em risco o progresso da estabilidade democrática do país. Reiterou suas falas sobre o alardeado sucesso de sua gestão no enfrentamento de questões econômicas durante a pandemia e em meio a guerra da Rússia com a Ucrânia, certamente buscando a manifestação dos seus apoiadores mais tímidos.

Salientou que sempre jogou nas “quatro linhas da constituição” e acusou as instituições que ele alega serem suas opositoras de fazerem o contrário disso. Ratificou sua defesa em torno da liberdade econômica e religiosa e de forma abrupta encerrou a manifestação sem responder a nenhuma pergunta de centenas de jornalistas nacionais e internacionais que esperavam que ele reconhecesse a derrota para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Com esse pronunciamento, a impressão que se tem é que o presidente está acuado, por tudo que fez e deixou de fazer na sua gestão, especialmente por existir uma pressão grande em torno dos vários decretos de sigilos de cem anos para assuntos de interesse da população, outros, como as várias investigações em curso sobre ingerência na PF, corrupção no Ministério da Educação e tráfico internacional de madeira com eventual participação do seu ministro da educação e outros. É Preciso ter atenção, pois o instinto animal, diz que quando ele se sente acuado a tendencia é atacar e nesse caso pode gerar convulsão social e certamente sua situação jurídica poderá se complicaria ainda mais.

Além de acuado, o Presidente parece que se sente isolado, pois, todas as grandes nações já reconhecem a vitória do Lula, os presidentes dos dois outros poderes, um deles comandado por um aliado de todas as horas do Bolsonaro que é Arthur Lyra, que deixou de apreciar centenas de pedido de impedimento do PR, além de OAB e várias entidades e abrangência e importância nacional. Essa pressão que o deixa acuado vem também de deputados e senadores que foram eleitos no mesmo processo que ele e pelo mesmo sistema, nesse caso seria impossível deslegitimar a derrota do presidente e legitimar o crescimento do bolsonarismo no poder legislativo. Segue o impasse e as expectativa que o presidente reconheça sua derrota o quantos antes para que esse ciclo de eleição seja fechado e os governos passem a discutir a transição que o Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira disse que já iria iniciar, mais uma vez mostrando o isolamento do Bolsonaro.

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