2º turno na Bahia e no Brasil o quê esperar?

Hoje dia 30, o povo da Bahia volta às urnas para escolher o seu novo governador e presidente. Mas o que esperar dessa disputa? O que existe de concreto é que ninguém deverá vencer essa eleição com margem avassaladora de diferença. O que as últimas pesquisas mostram é uma consolidação dos dados que se materializaram no primeiro turno, embora isso não seja garantia de que os resultados se repetirão, pois cada eleição é uma eleição e nesse caso, há que se levar em conta a migração dos votos que foram em candidatos no primeiro turno, as abstenções, os apoios franqueados pelos candidatos que não venceram e novos elementos como o transporte coletivo gratuito para as pessoas votarem em todas as capitais e nas maiores cidades do país, o que deverá reduzir as abstenções e levar o povo mais pobre em massa às urnas.

No plano nacional, temos uma eleição polarizada desde sempre, onde não se discute plano de governo e sim a lógica maniqueísta que domina a política brasileira, onde um candidato representa o “mal” e outro representa o “bem”. Isso ficou evidente no último debate de sexta feira, transmitido pela Rede Globo de Televisão e não foi diferente nos anteriores. No plano estadual o debate não ocorreu, pois o desconhecido candidato do PT Jerônimo, que venceu com alguma vantagem por ter colado seu nome ao do Ex-presidente Lula que tem grande aceitação na Bahia, não compareceu a nenhum debate talvez por se considerar eleito. A ausência poderá ter efeito negativo, pois ACM Neto ganhou mais espaço na mídia e a fuga do debate pode ser vista como despreparo do candidato petista por parte do eleitor para comandar a Bahia.

O fato é que quem vencer a eleição no Brasil, terá sérias dificuldades para governar, quer seja pela conjuntura econômica mundial que não é das melhores, quer seja pelo conjunto de promessas feitas e que na maioria não deverão ser cumpridas por falta de lastro na economia e sobretudo por um conjunto de bombas relógios que estão montadas. Como exemplo é possível citar: redução do ICMS que impactou na redução do valor dos combustíveis, gerando redução na arrecadação dos estados e municípios, até então sem as devidas compensações. Auxílio Brasil no valor de R$ 600 que não consta na proposta do orçamento do ano que vem e causará desilusão a muita gente, caso o programa não encontre uma fonte de financiamento. Vale lembrar ainda que o congresso é majoritariamente conservador, isso poderá gerar facilidades para Bolsonaro, caso reeleito e dificuldades para Lula, caso eleito, mas não se pode perder de vista o fisiologismo de parte significativa de muitos parlamentares e a inexperiência de muitos. Outro ponto de tensão chave que gerará dificuldade é o chamado orçamento secreto, que se mantido inviabiliza o executivo e se extinto gera tensão com o congresso.

Já no Estado da Bahia, onde o PT já governa há 16 anos e terminou o primeiro turno liderando a corrida para governar o estado por mais quatro anos, teremos certamente uma disputa acirrada, caso os votos de João Roma migrem para o candidato ACM Neto que ainda terá que manter a sua votação para vencer no dia de hoje, herdando o cargo que já foi do seu avô. A Bahia é um estado com uma série de problemas crônicos que são históricos e será também um desafio para o próximo governador. A educação é uma das piores em termos de qualidade segundo o IDEB, ostenta um dos maiores índices de desemprego do país segundo o CAGED e na segurança pública o problema é muito mais grave, pois a Bahia é o estado mais violento do país em se tratando de mortes violentas, segundo o Mapa da Violência.

O desafio está lançado, que a festa da democracia com a materialização da cidadania por meio do sufrágio possa ser a principal notícia dessas eleições polarizadas e que os vencedores desse pleito possam trabalhar para fazer com eu o país e o estado possam reduzir o sofrimento da população, em especial dos mais carentes.   

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